Boa noite!
Mais uma
semana, mais um dia a fazer o que gosto, ou seja tirar fotografias, observar,
conversar com a população e escrever, digo eu.
Com
o decorrer do tempo e cada vez mais a ouvir a população no meu contacto quase
diário e muitas vezes é a população que me coloca os problemas, que traz para a
conversa situações que por vezes me passam completamente ao lado, pois tenho
que dizer que não existe coisa mais motivante que ouvir e aprender com o povo,
com as pessoas de mais idade, com os jovens, saber ouvi-los sobre o passado,
acompanhar as suas ideias, prespectivas e anseios de futuro e tudo isso faz
parte de uma aprendizagem mútua e de confiança na prespectiva de um futuro
melhor.
Há
uns dias atrás em conversa com um cidadão Valonguense fui confrontado por uma situação que eu não
tinha dado muita importância, mas que no ponto de vista de quem deu como se
costuma dizer (o corpo ás balas) e infelizmente alguns tombaram mesmo não
regressaram ás suas família e á sua pátria com vida e são completamente
ignorados sem nunca terem tido uma merecida homenagem por parte das entidades
do poder local.
Tudo
isto veio á conversa por o actual poder local ter agraciado e muito bem um
militar de carreia numa missão humanitária num campo de batalha.
Na
nossa conversa o cidadão indignado dizia-me que não estava contra a
condecoração deste militar, que estas
missões envolvem um grande grau de risco, mas são remuneradas muito bem.
Estava
sim desgustoso por até hoje ainda não ter havido por parte deste e dos
anteriores executivos uma pequena mas sentida homenagem a todos os combatentes
das ex-colonias e não só.
Combatentes
que ainda hoje sofrem e fazem sofrer as suas famílias com os traumas e os
problemas psicológicos e emocionais que carregam nas suas mentes, que nunca
tiveram como hoje um acompanhamento psicológico por parte do poder, que foram
obrigados, ousados e abandonados.
Nunca
ninguém se preocupou com eles, nunca houve na sua terra natal um reconhecimento
do seu contributo em defesa da nossa pátria.
E
segundo este cidadão na freguesia de Valongo do Vouga ainda existem felizmente
vivos largas dezenas de ex-combatentes.
Será
que não se deveria pensar em homenagear estas gentes, não estará na altura de
Valongo do Vouga prestar o merecido reconhecimento a titulo póstumo a todos os
que que partiram em combate e todos os outros que infelizmente já nos deixaram
e aos restantes que continuam entre nós?
Não
estará na altura de dar um nome a uma rua, criar um monumento ou um mumorial a
todos os que serviram e foram (carne para canhão) e não são preciso medalhas
pois já não tens as fardas nem as lapelas para as pendurarem, basta o merecido
reconhecimento.
Se
não for possível ou não houver vontade política para o vosso mais que merecido
reconhecimento neste futuro próximo, o vosso dia chegará, não serão esquecidos.
E
mais não digo…..
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