Boa noite!
Mais uma
semana, mais um dia a fazer o que gosto, ou seja escrever, digo eu.
Hoje vou
falar do lugar de Lanheses.
Nos
documentos históricos encontramos a primeira referência em 1101 com o nome de
Laneses, em 1220 Laeses e em 1721 Lanhezes.
Em 1101,
João Gondesindes e sua mulher D. Ximena Forjaz, compram a Diogo Pires e mulher
as porções que estes tinham nas vilas de Valongo, Melares e Laneses, no Marnel.
Em 1101, D.
Ximena Forjaz fez doação desses mesmos bens á Sé de Coimbra.
Do rol das
cavalarias do Vouga, cujo original se encontra arquivado na Torre do Tombo,
consta que o lugar de Lanheses possuía duas cavalarias, ao contrário do que diz
a Inquirição do Rei D. Diniz de 1282, que diz não existir ali nenhuma
cavalaria.
Dada a
proximidade deste lugar ao rio Marnel, fala-se na existência de uma alfândega,
neste lugar, conforme consta de Subsídios para a História de Macinhata do
Vouga, em que diz o seguinte: Não nos surpreende, pois, a credulidade e a
opinião daqueles que afirmam, fundados na tradição, que as águas do Oceano Atlântico
se estendiam até aqui na marés vivas, sabendo nós que Macinhata está apenas a
25 metros do nível do mar, e que vinham formar, junto á Civitas Marnelis um
porto de mar.
E em favor
desta opinião parece vir o facto de existir na margem esquerda do rio velho e
junto ao Cabeço do Vouga, um local que ainda hoje é conhecido e chamado a
Alfandega, onde as embarcações atracariam e pagariam os direitos de portagem e
na baía de Marnel abordariam, como em porto de abrigo, as lanchas de pesca,
junto ao lugar de Lancheses, hoje Lanheses, da freguesia de Valongo do Vouga.
Em 1721
encontramos o seguinte relativamente a este lugar: Lanhezes do Concelho do
Vouga tem 33casas e 117 pessoas, nos Censos de 2001, este lugar apresenta-se
com 34 famílias, 34 edifícios e 105 pessoas.
Neste lugar
existia uma das grandes casas em propriedades, da freguesia, sendo considerada
a segunda maior a seguir á casa de Aguieira. Pertencia a António Gomes Correia
Sereno e mulher D. Maria Alexandra de Sousa Sereno, ele falecido em 1 de
Janeiro de 1925 com 75 anos. Ela falecida a 7 de Fevereiro de 1914.
Não tendo
deixado descendentes, sucederam-lhe na herança seu sobrinho Manuel Gomes
Correia Sereno, natural de Brunhido, filho de José Gomes Sereno que casou com
D. Maria do Carmo de Melo e Sousa Sereno, professora do ensino primário,
natural do lugar de Pedaçães.
Em 1910, foi
eleito Presidente da Câmara Municipal de Águeda e em 1920, foi nomeado para
Vice- Presidente da Comissão Executiva da Câmara Municipal de Águeda.
Faleceu a 29
de Junho de 1945.
Sucederam-lhe
seus filhos, José de Melo Sereno, professor de música, Amílcar de Melo Sereno,
António de Melo Sereno, médico, Aníbal de Melo Sereno, capitão da Força Aérea,
Margarida de Melo Sereno e Antónia de Melo Sereno, todos já falecidos.
Agora que a
pequena resenha histórica foi feita vamos falar sobre a realidade actual deste
pequeno lugar.
Como referi
em Fermentões nota-se que existe muita água e como as valetas vergonhosamente
não se encontram limpas encontramos em alguns sítios a mesma a correr pela
estrada o que se torna nestas manhãs frias como muita geada mais um foco de
instabilidade e perigo para a circulação.
Quem vem de
Fermentões para baixo encontramos aquilo que eu vou chamar de uma verdadeira
vergonha, pois as silvas abundam sobre tudo, um fontenário abandonado e
praticamente destruído, uma quantidade de manilhas que nota-se que alguém e
corrijam-me se eu estiver errado deve ter precisado e cortou algumas silvas e
retirou, não sei se são particulares, mas duvido pois se fossem não estariam
ali, provavelmente são da junta e tanta falta fazem noutros sítios.
Continuamos
a descer e aproximamo-nos do cruzamento da estrada principal e aí meus presados
amigos todos nós que lá passados nos sentimos envergonhados pois a situação é deplorável.
Na entrada
do lugar mais visitado da Freguesia que é Valongo do Vouga o que encontramos é
um abandono total e uma grande falta de vontade política para recuperar e
embelezar o património existente.
Um
fontenário de 1958 que deveria estar pelo menos com as silvas cortadas e limpo
um contentor que teimam em destruir que deveria estar no local que lhe foi
destinado mas que continua a ser encostado á casa, uma mina com água sem
protecção de tudo se encontra neste espaço de poucos metros.
É este o
triste cenário que temos para mostrar a quem ocasionalmente por cá passa ou nos
visita, é este o nosso cartão-de-visita, é isto que nós queremos para divulgar
a nossa terra, é com estes cenários que motivamos novos habitantes para virem
para cá viver?
Mas
continuamos em direcção a Valongo, do lado esquerdo os restos do alcatroamento
aí ficaram e vão desaparecendo lentamente, os passeios começaram a ser
cimentados, mas, e á sempre um mas parece que ou o cimento faltou ou foi mesmo
o resto de alguma outra obra, pois logo parou, com este andamento vamos ter por
muito tempo passeios para fazer.
Como tenho
referido já por algumas vezes limito-me a referir factos e as imagens valem
mais que mil palavras, tenho muita pena mas como se costuma dizer contra factos
não existem argumentos.
E mais não
digo…..
Muito bonita a história. Não importa se sofremos ou se amados o importante é que emoções nos vivemos.
ResponderEliminarLuiz Carlos C M Sereno, filho de Amílcar de Melo Sereno. Rios Grande do Sul, Brasil. Maio/2020.