Boa noite!
Mais uma
semana, mais um dia a fazer o que gosto, ou seja tirar fotografias, conversar
com a população e escrever, digo eu.
Hoje vou
falar do lugar do Carreiro.
A Quinta do Laranjal ou Quinta do Capitão-Mor situa-se no
Carreiro. A quinta pertencia, como ainda pertence, na sua maior parte, à
família do Capitão-mor do Vouga, José Pereira Simões.Tinha como limite Este, o
local do Sobreiro. A maior parte de Arrancada do Vouga, Valongo do Vouga, Lamas
do Vouga e Macinhata do Vouga (campos do Vouga) pertencia a esta família (toda
a fiada de casas e quintas nas traseiras, na rua principal, desde a entrada
para a estrada da Veiga até ao ribeiro que vem do vale das Cubas a caminho do Carreiro
dos Vidais. Assim como todo o lugar de Podorzêlo.
José Pereira Simões foi o último Capitão-Mor do concelho do Vouga.Ocupou
o cargo cerca de 30 anos, até extinção do concelho em 1843,quando foi integrado
ao então recém criado concelho de Águeda.
Foi
promovido a capitão mor de Ordenanças do Vouga, por Decreto de 12 de Outubro de
1806. Era de Secarias, Arganil e bacharel em Cânones, pela Universidade de
Coimbra
Foi um dos
maiores industriais de "Ferraria" da região do centro de Portugal.Fazia
principalmente tachas (pregos), pesos, pingentes (puxadores) e armamento.
Em1800 havia
cerca de 2000 operários fabris em Portugal e este industrial era proprietário
de imensas tendas (cerca de vinte) de fabrico artesanal, empregando cerca de
100 operários, o que correspondia a 5% da população fabril nacional.
As
"Ferrarias do Vouga" deram origem à indústria de ferragens de Águeda.
Foi o
interveniente, muitas vezes esquecido, mais importante da batalha de Serém,
Concelho do Vouga, região pantanosa do rio Vouga e do rio Marnel, actualmente
pertencente ao Concelho de Águeda, em que o Capitão-Mor do Vouga, José Pereira
Simões, travou o avanço para o Sul do Marechal Soult, batedores da cavalaria de
Franceschi e da infantaria de Mermet, até à chegada do Coronel Nicholas Trant e
do Batalhão Académico e posteriormente, do General Arthur Wellesley, futuro
"Duque de Wellington" com reforços. Como consequência, as hostes do
Marechal Soult não conseguiram atravessar o rio Vouga, perderam a batalha de
Serém e foram obrigados a retirar-se para o Norte, tendo-se acantonado na
cidade do Porto.
O Marechal
Soult, nas suas memórias póstumas, fala na imensa resistência oferecida pelos
guerrilheiros do Vouga, ao seu desidério de ocupar a cidade de Coimbra.
O
Monteiro-mor do Vouga, à altura era o Dr.José Agostinho de Figueiredo Pacheco
Teles. proprietário da Quinta da Aguieira em Valongo do Vouga e pai do (futuro)
Visconde de Aguieira, Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo.
Finda
a resenha histórica vamos a constatações factuais.
O lugar do
Carreiro faz parte integrante do lugar da Arrancada,e como a maioria da
Freguesia encontra-se bastante degradado.
Total
abandono pelos dois pequenos cursos de água que atravessam o lugar, deplorável
o estado em que se encontra o lavadouro existente na Balboa.
Continua-se
com a aplicação de herbicidas nos cursos de água, prática de contaminação
punível por lei.
O antigo
posto da GNR e o seu parque de estacionamento e retenção de viaturas
apreendidas está completamente abandonado ainda com algumas viaturas no seu
interior e com as silvas a começar a tomar conta das mesmas, o edifício
propriamente dito vai provavelmente ser mais um dos já muitos edifícios do
lugar em ruinas, para quando um projecto de recuperação e utilização do mesmo,
ou vai ser para cair?
O já muitas
vezes comentado fontenário continua depositado ao lado dos contentores de lixo,
claro que nunca mais é reposto, mas também dali não sai, pergunto: custa muito
passar com uma das viaturas da Junta e recolher o mesmo?
Registo com
bastante agrado o aparecimento de um negocio no lugar, um negocio que dinamiza
o lugar e traz movimento de pessoas o que é muito bom e nesse sentido deveria
por parte do poder mais atenção ao que os visitantes vão encontrar o que em
nada dignifica e orgulha a Freguesia tal é o estado de total abandono do lugar.
No tempo em
que nos encontramos posso afirmar que o Carreiro tem tanto na entrada sul como
na entrada norte e mesmo no centro do mesmo alguns barris de pólvora que já á
muito deveriam ter sido eliminados e que por falta de responsabilidade dos seus
proprietários ou seus herdeiros podem vir a ser uma tragédia tal é a quantidade
de silvas e outros infestantes existentes carburantes.
Estão á
espera de acontecer uma tragédia e serem capas de jornais ou abrir telejornais
para depois lamentar o sucedido.
Vão
continuar a assobiar para o lado ignorando os problemas,a lei existe, a
prevenção faz-se prevenindo.
E mais não
digo…..
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