Boa noite!
Mais uma
semana, mais um dia a fazer o que gosto, ou seja tirar fotografias, conversar
com a população e escrever, digo eu.
Hoje vou
falar do lugar de Crestêlo o actual Toural.
Este lugar
será um dos mais antigos da Freguesia de Valongo do Vouga.
Castrelo ou
Crastelo, hoje simples situs, local em frente de Lanheses e conhecido por
Toural, foi pequeno castro ou castelo, mais provavelmente uma atalaia do
Marnel. Dizemos assim mas lembramos que apesar de muito perto, os povos não se
davam, não eram unidos.
Foi um mal
da Lusitania, aparece mencionado em 1050, num documento de Gonçalves Viegas, no
século xvll, em que mantinha o povoado, mencionado no registo paroquial e tem,
no elemento castro, ou seja povoação fortificadaou castelo, o ter sidoum forte
celta ou pré-latino no activo nos 500 anos antes de Cristo, até á chegada dos
latinos.
Tenha-se
presente que castelo é diminutivo de castro e é precisamente este caso: castrelo,
castro pequeno, castelo.
Em
Recordações do Marnel encontramos o seguinte:
O Crestelo:
A sudeste do Cabeço do Vouga, em duro e pronunciado esporão, formando socalco a
meio da lombada do monte do Toural, deve ter pousado outrora a edificação que
constituiu certamente dependência do castro de Cabeço do Vouga. Ao local
conserva-se , em nossos dias, o topónimo Crestelo e foi povoação no finalizar
do século xvll.
No mesmo
documento também se fala em Cavalarias, uma em Crestelo, não referindo o nome
do proprietário onerado, continua referindo, estivemos no esporão do Crestelo,
percorremos as terras e os pinhais circunvizinhos e de luso ou luso romanos,
nada absolutamente nada encontramos. No socalco apenas colhemos um pedacito de
telha nacional, que pela espessura, nos pareceu indicar fabrico de alguns séculos. E para terminar
continua dizendo: Uma das vezes que por ali andamos, deparou-se-nos um velho
conhecido, que logo perguntando no sentido da nossa pesquisa,respondeu: O Crestelo
é aí, e apontou-nos o esporão e a seguir acrescentou: Dizem que era dali que
davam fogo para o Cabeço do Vouga.
Por tudo om
que foi dito e pelo conhecimento do nosso historiador, não existindo no situs a
mais pequena indicação da existência de construções e atendendo que o esporão a
que se refere é um pouco mais abaixo do que o monte onde se situa o lugar do
Toural, locais quase juntos, estamos em crer que o antigo Crestelo não é mais
que o actual lugar do Toural.
Este lugar
situa-se do lado sul do Cabeço do Vouga, mesmo em frente, apenas os separando o
campo ou a chamada pateira da Boca, banhada pelo rio Marnel.
De acordo
com os registos paroquiais no ano de 1621 verificamos que ali faleceu Violanda
Alvares, viúva, e no ano de 1628 faleceu Catarina Marques, esposa de Domingos
Martins.
Á nos
registos do ano de 1721, verifica-se que na relação dos lugares da Freguesia já
não consta Crestelo, mas sim o lugar do Toyral.
Depois
desta pequena passagem sobre a história deste lugar, podemos dizer depois desta
passagem por o mesmo, que é um lugar com algum desenvolvimento e lindas
construções, tem uma parte nova e um parte menos nova e que não tem existido a
devida recuperação de algumas moradias, construindo-se novo na parte sul.
Constatei
com a colaboração de algumas moradoras que com muito desagradado das mesmas
existe um lavadouro que a todos envergonha, tal é o seu estado de degradação e
abandono, pois existe muita água a correr no local, mas é de todo impossível a
sua utilização e segundo relatos da população muita falta faz.
Deveria
haver por parte do poder local mais atenção a estas situações, pois por vezes
não é o muito dinheiro gasto que inviabiliza a sua recuperação, mas sim o bem
estar e criar as condições para a população do lugar utilizar e depois eles
próprios preservarem.
Algumas
moradias á venda para recuperar e também terrenos para construção o que mostra
o potencial de desenvolvimento do lugar.
O
resto mais do mesmo, bermas e valetas por limpar,utilizando de uma forma
excessiva os ervicidas, contentores cheios e com lixo amontoado ao lado, algum
com sinais de algum tempo, o que mostra também uma falta de profissionalismo de
quem faz a recolha pois o mesmo está dentro de um big-bag.
Um
lugar com este legado histórico merece da parte do poder local e camarário uma
maior atenção.
E
mais não digo……
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