segunda-feira, 18 de março de 2019

O QUE EU PENSO......


Boa noite!
Mais uma semana, mais um dia a fazer o que gosto, ou seja tirar fotografias, conversar com a população e escrever, digo eu.
Hoje vou falar do lugar de Crestêlo o actual Toural.
Este lugar será um dos mais antigos da Freguesia de Valongo do Vouga.
Castrelo ou Crastelo, hoje simples situs, local em frente de Lanheses e conhecido por Toural, foi pequeno castro ou castelo, mais provavelmente uma atalaia do Marnel. Dizemos assim mas lembramos que apesar de muito perto, os povos não se davam, não eram unidos.
Foi um mal da Lusitania, aparece mencionado em 1050, num documento de Gonçalves Viegas, no século xvll, em que mantinha o povoado, mencionado no registo paroquial e tem, no elemento castro, ou seja povoação fortificadaou castelo, o ter sidoum forte celta ou pré-latino no activo nos 500 anos antes de Cristo, até á chegada dos latinos.
Tenha-se presente que castelo é diminutivo de castro e é precisamente este caso: castrelo, castro pequeno, castelo.
Em Recordações do Marnel encontramos o seguinte:
O Crestelo: A sudeste do Cabeço do Vouga, em duro e pronunciado esporão, formando socalco a meio da lombada do monte do Toural, deve ter pousado outrora a edificação que constituiu certamente dependência do castro de Cabeço do Vouga. Ao local conserva-se , em nossos dias, o topónimo Crestelo e foi povoação no finalizar do século xvll.
No mesmo documento também se fala em Cavalarias, uma em Crestelo, não referindo o nome do proprietário onerado, continua referindo, estivemos no esporão do Crestelo, percorremos as terras e os pinhais circunvizinhos e de luso ou luso romanos, nada absolutamente nada encontramos. No socalco apenas colhemos um pedacito de telha nacional, que pela espessura, nos pareceu indicar  fabrico de alguns séculos. E para terminar continua dizendo: Uma das vezes que por ali andamos, deparou-se-nos um velho conhecido, que logo perguntando no sentido da nossa pesquisa,respondeu: O Crestelo é aí, e apontou-nos o esporão e a seguir acrescentou: Dizem que era dali que davam fogo para o Cabeço do Vouga.
Por tudo om que foi dito e pelo conhecimento do nosso historiador, não existindo no situs a mais pequena indicação da existência de construções e atendendo que o esporão a que se refere é um pouco mais abaixo do que o monte onde se situa o lugar do Toural, locais quase juntos, estamos em crer que o antigo Crestelo não é mais que o actual lugar do Toural.
Este lugar situa-se do lado sul do Cabeço do Vouga, mesmo em frente, apenas os separando o campo ou a chamada pateira da Boca, banhada pelo rio Marnel.
De acordo com os registos paroquiais no ano de 1621 verificamos que ali faleceu Violanda Alvares, viúva, e no ano de 1628 faleceu Catarina Marques, esposa de Domingos Martins.
Á nos registos do ano de 1721, verifica-se que na relação dos lugares da Freguesia já não consta Crestelo, mas sim o lugar do Toyral.
Depois desta pequena passagem sobre a história deste lugar, podemos dizer depois desta passagem por o mesmo, que é um lugar com algum desenvolvimento e lindas construções, tem uma parte nova e um parte menos nova e que não tem existido a devida recuperação de algumas moradias, construindo-se novo na parte sul.
Constatei com a colaboração de algumas moradoras que com muito desagradado das mesmas existe um lavadouro que a todos envergonha, tal é o seu estado de degradação e abandono, pois existe muita água a correr no local, mas é de todo impossível a sua utilização e segundo relatos da população muita falta faz.
Deveria haver por parte do poder local mais atenção a estas situações, pois por vezes não é o muito dinheiro gasto que inviabiliza a sua recuperação, mas sim o bem estar e criar as condições para a população do lugar utilizar e depois eles próprios preservarem.
Algumas moradias á venda para recuperar e também terrenos para construção o que mostra o potencial de desenvolvimento do lugar.
O resto mais do mesmo, bermas e valetas por limpar,utilizando de uma forma excessiva os ervicidas, contentores cheios e com lixo amontoado ao lado, algum com sinais de algum tempo, o que mostra também uma falta de profissionalismo de quem faz a recolha pois o mesmo está dentro de um big-bag.
Um lugar com este legado histórico merece da parte do poder local e camarário uma maior atenção.
E mais não digo……

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